Iniciada em 2001 no GameCube, a série Pikmin sempre foi bastante diferente do resto do catálogo da Nintendo. Enquanto a empresa se especializou em criar jogos de plataforma e ação, a série que surgiu da mente de Shigeru Miyamoto tem uma pegada mais próxima de um jogo de estratégia em tempo real.
Apesar de diferente, a franquia sempre teve capítulos muito divertidos, embora bastante espaçados entre si. Tanto é que o game mais recente dela até agora, Pikmin 3, chegou há quase 10 anos no Wii U, uma plataforma que não era muito conhecida por sua grande popularidade.
Felizmente, depois de relançar o terceiro game no Switch, agora a Nintendo dá a chance de jogar seus dois primeiros capítulos na mesma plataforma. Lançados no mesmo dia, as versões HD de Pikmin 1 e 2 chegaram de surpresa ao console e ajudam a completar lacunas de quem era muito jovem para lembrar deles ou não tinha acesso ao Game Cube. Mas será que essa jornada ao passado vale a pena?
Algo que deve ficar claro logo de cara é que as versões HD dos primeiros jogos da série não são tão HD assim. Os games ganharam uma maior resolução e um desempenho liso a 60 quadros por segundo no Switch, mas não tiveram muitas novidades do ponto de vista visual. Isso significa que a qualidade das texturas é baixa, o que pode gerar algum estranhamento.
No entanto, assim que você passa a barreira visual, descobre que os jogos sobreviveram muito bem à passagem do tempo. Pikmin 1 e 2 continuam sendo jogos de estratégia simples de entender e difíceis de dominar, no qual a simplicidade dos comandos colabora para criar aventuras bem criativas.
Nos dois games, assumimos o papel de um explorador espacial que se vê em um planeta alienígena repleto de criaturas conhecidas como Pikmin. Com diferentes cores e tamanhos, eles se mostram amigáveis e podem ser comandados e reproduzidos com bastante facilidade. A força coletiva deles vai ser essencial para vencer obstáculos e cumprir missões variadas em cenários bem desafiadores.
No primeiro game, o desafio é consertar a nave do Capitão Olimar, cujas peças se espalharam por diversos cenários. Esse é o capítulo mais simples e mais desafiador da série, já que contamos com um intervalo de somente 30 dias para recuperar as 30 peças do veículo. Cada um deles tem duração bem curta, o que obriga o jogador a pensar e agir rápido antes que o contador do relógio acabe.
Já em Pikmin 2, as coisas são parecidas, mas um pouco diferentes. Nele contamos com um segundo comandante e com um modo multiplayer cooperativo que pode ser bem divertido. Além disso, a missão principal muda de coletar tesouros para pagar uma grande dívida e os limites de tempo somem de vez.
Jogando os dois games em um curto espaço de tempo, fica claro o quanto o segundo capítulo evoluiu em questões de gameplay, interfaces e opções. É notável o quanto a Nintendo deu mais atenção para os menus e textos do jogo, que se tornaram mais fáceis de ler e não parecem terem sido simplesmente largados no meio da tela.
Da mesma forma, o segundo game faz alguns ajustes que respeitam mais o tempo do jogador, como o fato de que os Pikmins demoram menos tempo para surgir. Ele também traz algumas novidades como a exploração de subterrâneos e uma maior variedade de cores de criaturas, cada uma especializada em um tipo de tarefa diferente. No entanto, alguns problemas persistem, como criaturas que se prendem facilmente no cenário se você anda rápido demais por ele.
Ao mesmo tempo, não dá para dizer que o primeiro game é pior somente por ter menos
coisas. O Pikmin original é quase perfeito em sua simplicidade, e não é porque nele temos só três espécies de unidades que as coisas são mais fáceis. Para um jogo da Nintendo, ele pode ser até mesmo cruel, exigindo que os jogadores pensem rápido caso queiram completar o objetivo principal no tempo que é oferecido.
Apesar de suas diferenças, os dois games compartilham um gameplay central muito sólido e divertido, que funciona tanto jogando na TV quanto no modo portátil.
Os dois são belas portas de entrada para a franquia, e são bons aperitivos para quem está se preparando para a chegada do quarto game em breve. No entanto, eles pecam por não ter a tradução para o português brasileiro que foi prometido para a sequência mais recente.
Review elaborado com cópias dos jogos para Nintendo Switch fornecidos pela Nintendo
Resumo para os preguiçosos
Pikmin 1 e 2 HD deixam a desejar um pouco nos upgrades gráficos, mas funcionam muito bem como complementos da biblioteca do Nintendo Switch. Os dois capítulos trazem um gameplay sólida e que sobreviveu bem à passagem do tempo. Os dois valem muito a pena para quem já é um fã das antigas, mas também servem como uma ótima porta de entrada para essa franquia da Nintendo que nem sempre tem o reconhecimento que merece.
Prós
- Gameplay estratégico sólido
- Primeiro Pikmin traz um desafio bem legal
- Criaturas variadas e fáceis de controlar
- Levando os dois jogos, rola um desconto
Contras
- As melhorias gráficas são mínimas
- O preço cobrado podia ser menor