Layers of Fear é um jogo que deixou sua marca na história do horror interativo. Ele apresenta uma interessante fusão de uma história intrigante e uma imersão atmosférica inigualável. Porém, suas limitações interativas eram um ponto fraco. Agora, sete anos depois, a Bloober revisitou o jogo que tornou tudo possível para eles, lançando uma nova versão que reúne tudo o que já foi lançado na série. Chamada simplesmente de Layers of Fear novamente, essa edição, mesmo com suas falhas, é a melhor maneira de experimentar esse clássico do horror.
Esta nova versão de Layers of Fear é uma compilação que inclui Layers of Fear, sua expansão Inheritance e Layers of Fear 2. Todos esses componentes, que estavam disponíveis apenas em consoles mais antigos e desenvolvidos em Unity, foram totalmente refeitos e atualizados para rodar no Unreal Engine 5. O resultado é uma atualização visual tão expressiva que torna essa a maneira mais definitiva e visualmente impressionante de se aventurar na série Layers of Fear.
Para aqueles que já estão familiarizados com os jogos, há novidades. Além de um preço de AAA novo, o jogo conta com novos conteúdos que ampliam a história do game. Entre eles, destaca-se um novo capítulo chamado “A última nota”, que apresenta a esposa do Pintor, protagonista do primeiro jogo, contando sua versão dos fatos e recontextualizando os eventos do primeiro game.
Outra novidade é a história de uma personagem conhecida apenas como “A Escritora”. A história dela é apresentada como uma narrativa emolduradora – você joga um de seus capítulos (mais curtos) entre os capítulos de Layers of Fear e Layers of Fear 2. Estes novos capítulos são bons para quebrar a monotonia dos outros, embora a transição para eles seja um pouco abrupta e nem sempre justificada narrativamente.
O respeito e a atenção da Bloober Team e Anshar Studios são visíveis. A maioria dos desenvolvedores ficaria feliz em portar seus jogos antigos para um novo motor gráfico e deixá-lo como está, mas eles decidiram incluir novos conteúdos em Layers of Fear. As adições, embora possam não agradar a todos, são uma boa tentativa de unificar todas as histórias.
É importante destacar que esses não são remakes diretos. Ambos os jogos de Layers of Fear tiveram mudanças feitas para abordar críticas lançadas contra eles anos atrás. Muitos encontros, especialmente no primeiro jogo, foram reformulados para aproveitar a tecnologia mais recente e o talento em evolução dos desenvolvedores.
O primeiro Layers of Fear dá ao Pintor uma lanterna para usar, que pode “limpar” objetos ou áreas para revelar novos caminhos no mundo. O segundo Layers of Fear já tinha alguns momentos em que um monstro perseguia você, mas as mudanças implementadas aqui parecem mais cuidadosamente consideradas. Aqui, você recebe uma lanterna. Pode atordoar o monstro que te persegue pela casa, melhorando um aspecto que foi fortemente criticado anteriormente.bEssas mudanças de gameplay, apesar de sutis, adicionam novos elementos à experiência geral e ajudam a manter o jogador envolvido.
Os dois jogos também receberam uma repaginada gráfica com a mudança para o Unreal Engine 5. O salto visual é impressionante e traz nova vida a ambos os jogos, tornando-os ainda mais imersivos. A equipe de design fez um excelente trabalho na atualização do visual, com melhor iluminação e texturas mais detalhadas que contribuem para uma atmosfera ainda mais assustadora.
Em termos de áudio, Layers of Fear continua tão assustador quanto sempre. A trilha sonora e os efeitos sonoros, juntamente com a excelente atuação de voz, criam uma experiência de horror verdadeiramente envolvente, e jogar com um bom par de fones de ouvido realmente eleva a experiência a um novo nível.
No entanto, é importante notar que, apesar das melhorias significativas, Layers of Fear ainda tem suas falhas. Alguns dos antigos problemas persistem, como a falta de interatividade em certos aspectos e uma história que, embora intrigante, pode ser um pouco confusa em alguns pontos. Além disso, a adição de novos conteúdos, embora seja uma surpresa bem-vinda, não acrescenta tanto à experiência geral quanto poderia.
A história da “Escritora”, por exemplo, serve como uma ligação entre os capítulos de Layers of Fear 1 e 2. Embora seja interessante e ajude a romper a monotonia desses outros capítulos, a transição para eles é um pouco abrupta e não é realmente justificada narrativamente.
Da mesma forma, o novo capítulo “A Última Nota”, no qual você joga como a esposa do Pintor do primeiro jogo, é uma adição interessante, mas não essencial. Isso talvez seja uma oportunidade perdida para a Bloober Team, que poderia ter aproveitado para desenvolver mais as histórias dos personagens do segundo jogo.
Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecida pela Publisher.
Resumo para os preguiçosos
No remake do Layers of Fear usando a Unreal Engine 5, a Bloober Team deu um salto significativo na melhoria dos gráficos e da interatividade. O jogo agora apresenta texturas mais detalhadas e uma iluminação aprimorada que melhora a experiência geral. A história, embora ainda possa ser complexa e às vezes difícil de acompanhar, continua envolvente e mantém o jogador interessado até o fim. O design de som arrepiante e a atuação de voz convincente amplificam a atmosfera imersiva. As adições de novas histórias e personagens são uma tentativa bem-vinda de diversificar a experiência.
No entanto, o jogo ainda tem alguns pontos a serem melhorados. Apesar da adição de mais interatividade, certos aspectos do jogo parecem desaproveitados. A integração do novo conteúdo pode parecer forçada, não se justificando totalmente pela narrativa existente. Além disso, apesar de sua presença, o novo conteúdo, especificamente as novas histórias de personagens, não parece ser tão desenvolvido ou ter um impacto significativo na experiência geral do jogo. Em resumo, Layers of Fear com Unreal Engine 5 é um avanço em relação ao original, mas ainda tem espaço para melhorias em termos de narrativa e uso eficaz do novo conteúdo.
Prós
- Upgrade visual
- Imersão
- História Intrigante
- Gameplay melhorado
- Conteúdo novo
Contras
- Falta de interatividade
- História confusa
- Conteúdo novo não foi bem integrado
- Pouco aproveitamento do novo conteúdo