[Nota do Editor: Esse é o nosso primeiro review de um jogo de PS4. A partir de agora, teremos uma cacetada de reviews do sistema para sair.]
Eu poderia dizer que eu entrei sem expectativas neste jogo, mas eu estaria mentindo. A única expectativa que eu tinha era que Flower com certeza não seria um jogo “comum”, ou dentro dos padrões. Afinal, é um jogo da Thatgamecompany, o estúdio pouco ortodoxo que é conhecido por transmitir sensações e experiências únicas aos jogadores. Porém, tirando isso, eu sabia muito pouco sobre o jogo, sobre como ele era jogado e, principalmente, sobre a história dele.
Flower foi lançado originalmente em 2009 para o PS3, mas o jogo foi retrabalhado e melhorado para encontrar um lar no Vita e PlayStation 4, sistema onde eu joguei o jogo. Além dele, Flow, também foi remasterizado e lançado para os dois consoles mencionados.
O jogo é tão experimental quanto os outros títulos do estúdio, o que pra mim é muito agradável, porque oferece algo novo e bem diferente do que existe por aí. Não espere uma campanha de 10 horas. Não. Os jogos do estúdio em geral são relativamente curtos, sendo que você consegue “virar” eles em algumas poucas horas.
Assim como Journey, o excelente exclusivo do PS3 e também feito pela Thatgamecopany, a quantidade de texto que serve como indicações e explicações em Flower é mínima. O estúdio confia muito mais na intuição do jogador e na habilidade dos level designers. Assim, o jogo não pega sua mão e te leva de um ponto até o outro. Tirando os créditos, acho que o único texto que é visto durante o jogo inteiro é “Hold Any Button”. A história é contada através das imagens e dos sons, o que não compromete nem um pouco a experiência. Inclusive, acredito que isso possibilite diversas interpretações para a mesma história.
O gameplay do jogo é bem simples. Você controla o vento que carrega a pétala de uma flor, e deve ir passando por outras flores no mapa, coletando mais pétalas no caminho. O controle é feito pelo sensor de movimentos do DualShock 4. Fora isso, você utiliza o analógico esquerdo para definir força do vento e, por consequência, a velocidade que as pétalas se movimentam pelo ar. E é só. Agora, é só voar pelos cenários, aumentar de tamanho e colorir os gramados, prédios e ambientes.
http://www.youtube.com/watch?v=nJam5Auwj1EPara dar o tom necessário, o jogo conta com uma excelente trilha sonora. A trilha está muito ligada com o que acontece em cada nível, ou “sonho”, e vai se ajustando com o que acontece ao seu redor e com a quantidade de pétalas que estão na sua volta, deixando a experiência mais envolvente e imersiva ainda.
Felizmente, a Thatgamecompany tem a habilidade de criar atmosferas e transmitir sensações somente com a trilha sonora e o que acontece na tela. O jogo começa relativamente inocente e simples, porém o estúdio vai introduzindo “inimigos” por assim dizer, o que vai dando um maior sentido e profundidade à história. O jogo aproveitou muito bem a capacidade gráfica do PS4, e voar pelos gramados nunca foi tão bonito como no último sistema da Sony. A fluidez que as pétalas e as folhas da grama se movimentam chama muito atenção, assim como a iluminação. Esses elementos, combinados com o sensor de movimento, fazem com que Flower seja muito imersivo.
Assim, Flower é muito mais uma experiência do que um jogo. Fundamentalmente, não há nada de errado nisso quando se encara o jogo da maneira certa. Porém, o jogo não tem o mesmo nível de envolvimento ou ambientação que, por exemplo, Journey tem. Flower é basicamente uma excelente experiência para se aproveitar durante as 2 ou 3 horas que se perde enquanto joga o jogo, mas não é tão emocionalmente impactante quanto poderia ser. Mesmo assim, é um ótimo jogo que com certeza vale os poucos dólares que ele está custando, ainda mais nesse ponto da geração que estamos, onde a oferta de jogos não é tão grande ainda.
Resumo para os preguiçosos
Flower é um jogo não tradicional, e por isso pode não ser bem aceito por todos. Mesmo assim, o título oferece uma experiência única, com uma trilha sonora excelente e gráficos que aproveitam muito bem a capacidade do PS4. Apesar de curto, a Thatgamecompany consegue contar uma história sem palavras que é bem imersiva e cativante.
Prós
- Gráficos e trilha sonora excelentes
- História bem contada e imersiva
- Sensação única de liberdade
Contras
- Relativamente curto
- Poderia ser mais emocionalmente envolvente
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