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Dark Souls II – Review

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A From Software não esperava ter o sucesso que teve quando lançou Dark Souls. O título, uma continuação espiritual de Demon’s Souls, conquistou milhares de corações tanto nos consoles quanto no PC, e uma continuação era inevitável. Como dar sequência à altura de um jogo cheio de peculiaridades e, pior, sem a principal mente criativa do primeiro título? Eu não faço a mínima ideia, mas, de alguma forma, eles conseguiram.

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Dark Souls II é um jogo onde você começa mais ou menos da mesma maneira como no título anterior. Você é um morto-vivo procurando a solução para a maldição dos mortos, onde você não consegue descansar nunca, e deve ir atrás de cada vez mais almas para evitar que você torne-se um vazio, ou seja, um monstro sem controle de si próprio e sem nenhuma lembrança.

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Após morrer, você acaba perdendo boa parte das suas memórias de quando era vivo, e deixa de se importar com as que ainda restam. Sua única missão é ir até Drangleic, um antigo reino há muito tempo esquecido, e tentar encontrar as grandes almas, para reacender o fogo que um dia esteve aceso nesse reino e foi responsável pelo apogeu dele.

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A primeira impressão do jogo é de uma imensidão bem maior do que a de Dark Souls. Os cenários são maiores no geral e mais coloridos e, apesar de o início ser um pouco mais linear e do jogo ir te ensinando mais diretamente as coisas do que no título anterior, ainda há aquela sensação de opressão, e aquela dificuldade que às vezes resolve tirar uma com a tua cara e te fazer morrer diversas vezes até tu entender o que é necessário ser feito para avançar.

Apesar de Dark Souls II apresentar a história e seus personagens de uma maneira um pouco mais objetiva do que no primeiro jogo, onde você precisava ficar conversando com os NPCs do jogo e procurando por si só nos cenários onde a ação desenrolava, Drangleic é um lugar que não perde em nada para Lordran. Você também vai se encantar com os detalhes de cada história, de como cada cantinho do jogo faz sentido e de como o jogo oferece um prato cheio aos amantes da mitologia do universo Souls.

Se fosse para fazer uma analogia, é como se Dark Souls só fala o necessário, e deixa você aprender as coisas na marra, ou por próprio interesse. Já Dark Souls II é um pouco mais ativo nesse seu processo de aprendizado, te dizendo um pouco mais de palavras, mas um mestre ainda assim bastante rigoroso.

Mesmo dando a impressão de ser bem maior do que Dark Souls (e é), Dark Souls II apresenta menos possibilidades de começo, que vão se expandindo bastante conforme você progride no jogo. A princípio, você pode ir para até três lugares. Logo em seguida, eles se expandem bastante, e você tem um leque bem grande de áreas para explorar.

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As áreas do jogo são bastante diferentes entre si, mas há uma consistência bem interessante em como elas se ligam. É possível associar uma “Blightown 2.0” a uma fortaleza de ferro, mesmo ambos os lugares sendo bem diferente um do outro. Há também ambientes bem mais coloridos e menos sombrios do que no jogo original.

Como dá para ver, as novidades são grandes, a começar pelas classes iniciais, que acabaram deixando o Piromante de lado, mesmo o jogo te dando acesso à piromancia. Outro ponto que também foi deixado de lado é proteção infinita dos escudos. A maioria deles te causa dano caso você fique o tempo todo escondido atrás dele, o que vai forçar alguns jogadores que tomam menos riscos, como eu costumava jogar, a se aventurarem um pouco mais entre pulos e tentativas de desvios de ataques.

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Outro aumento em Dark Souls II que ainda merece destaque é a quantidade de chefes. Enquanto Dark Souls tinha uma quantidade limitada de desafios, Dark Souls II apresenta uma cacetada de chefes. Mesmo alguns parecendo repetições de outros, há uma boa dose de chefes e a batalha contra a maioria deles é memorável, por mais fracotes que alguns pareçam ser.

O sistema de PVP do jogo agora é um pouco diferente, já que você faz ele todo por meio de covenants. Você deve invadir certos lugares, ou defender certos lugares, além de poder deixar anotações no chão para ser invocado por desafiantes. Outra novidade, é que você pode ser invadido a qualquer momento, mesmo estando na forma de morto vivo.

Por falar nisso, é bom frisar, mesmo sendo uma continuação, há bem pouco conteúdo aproveitado de Dark Souls em Dark Souls II. A maioria esmagadora dos inimigos e dos chefes são novos. Dá para encher uma mão com os repetidos, mesmo eles sendo algumas referências e “homenagens” (ou integrantes da mesma mitologia) do outro.

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Mas e a dificuldade? Bom, veteranos de Dark Souls até não vão achar o jogo tão difícil assim no começo, mas é mais porque você já tomou tanta porrada na cabeça que sabe mais ou menos como se virar do inesperado do que qualquer outra coisa. O jogo ainda te sacaneia volta e meia com alguns eventos inesperados e inimigos que te esmagam no primeiro ataque. Isso pelas primeiras horas de jogo.

Depois de algum tempo, parece que os desenvolvedores disseram “ok, agora eles já sabem jogar, vamos abrir as portas do inferno”, e o jogo vira outro. Dark Souls II eleva um desafio de dificuldade aparentemente constante do nada, e te pega de surpresa com uma miríade de inimigos difíceis, que, apesar de fazerem você ficar puto da vida por ter morrido pela décima primeira vez seguida, te fazem falar “é pra isso que eu comprei esse jogo, era isso que eu estava esperando!”

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É bem interessante notar algumas influências de Demon’s Souls nesse jogo, e como a From Software aproveitou o que deu certo e melhorou alguns aspectos. O jogo é o mais bem polido de todos, e mesmo com o sistema de itens de cura além dos Estus Flask, está longe de ser um passeio no parque. Você vai precisar bastante deles, mas achar que só isso basta para sobreviver vai ser um erro bem doloroso.

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Para completar as adições que merecem ser mencionadas, você só vai poder dar level up na cidade principal e, por isso, há um bem-vindo sistema de viagens entre bonfires, que vai te fazer poupar bastante tempo e não precisar pensar duas vezes caso você precise fazer uma viagem muito longa, armas e armaduras têm durabilidade menor, mas que é restaurada nos bonfires, e os inimigos deixam de dar respawn após um certo número de mortes, então ficar “dando level up até ficar mais forte do que o chefe” deixou de ser uma opção viável.

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Dark Souls II apresenta gráficos mais bonitos e coloridos do que o seu antecessor. Os ambientes são muito grandes e bem detalhados. A movimentação é muito bem fluída e não há um slowdown sequer, diferente do antecessor, que não lidava muito bem com o fogo. Apesar disso, ainda há uns bugs meio bizarros com a física do jogo, como inimigos que morrem e ficam se retorcendo ou armas de inimigos que resolvem dar um rasante pelo cenário.

A trilha sonora de Dark Souls II segue a mesma linha escolhida desde Demon’s Souls, ou seja, não há músicas de fundo a menos que você esteja num lugar seguro ou enfrentando um chefe. As composições então são bem feitas, e os efeitos sonoros muito bem executados, mas essa falta de música se dá por apenas um motivo: possibilitar ao jogador que use os sons para detectar eventuais ameaças, já que o jogo seria bem mais difícil ainda se te privasse desse sentido.

Resumo para os preguiçosos

Dark Souls II é uma versão maior e mais ambiciosa do seu antecessor, mas que mantém a magia dele e melhora na maioria dos aspectos onde o antepassado poderia ter sido melhor. O jogo até é um pouco mais acessível no começo, mas toda a dificuldade mágica característica da série está aqui e até veteranos vão ter que se preparar para morrer muitas e muitas vezes.

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Nota final

90
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Um mundo gigantesco, detalhado e conciso
  • A dificuldade mítica de Dark Souls permanece intacta
  • Mais acessível no começo de uma forma que não torna o jogo idiota

Contras

  • Falta algum personagem memorável no jogo, como Solaire ou Ornstein e Smough
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Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.