O Washington Post entrevistou recentemente o cara, o líder: Gabe Newel. O chefão da Valve respondeu uma série de perguntas ao importante jornal americano, dentre elas, a principal: o que torna a Valve uma empresa tão bem sucedida? A companhia revolucionou o gênero de tiro nos anos 90 e não contente com isso, transformou o modo como compramos e recebemos jogos de uma maneira tão profunda que nós poderíamos facilmente dividir a história dos games como antes do Steam e depois do Steam.
Um dos principais motivos desse sucesso da Valve é a abordagem que a companhia tem como um todo, que é bem diferente de companhias normais. Na Valve, há uma horizontalização do processo de criação onde os funcionários têm liberdade para trabalhar em projetos que eles achem relevantes. Segundo Newel, essa liberdade é um dos pontos principais para separar os bons funcionários dos ótimos funcionários. “Você poderia estar trabalhando em outra companhia, ou até na sua própria, então por que você está na Valve?”, ele pergunta. A resposta é simples, porque na Valve, você trabalha no que você quer.
Um bom exemplo disso é dado na forma como a companhia é dividida hoje. Basicamente há três companhias dentro da Valve, uma cuidando de jogos Single Player (Half-Life, Portal), outra cuidando de jogos multiplayer (Left 4 Dead, Dota 2) e outra cuidado do Steam. Segundo Newel, os projetos importantes são “votados” com o tempo que os funcionários se dedicam a ele. No princípio, muita gente dentro da Valve achava que o Steam não ia dar certo, e não deu bola pra ele, mas um grupo de funcionários acreditou no projeto e continuou investindo tempo nele. Deu no que deu.
Outro ponto importante do sucesso da Valve é que títulos tanto fazem lá. Volta e meia lemos por aí uma notícia aqui e outra lá de uma empresa contratando um modder. Lembram que Dota 2 era um Mod de Warcraft 3? Bom, o jogo e os programadores originais foram contratados pela Valve e agora o jogo faz parte do portfólio de software da companhia. Lá, se você é PhD ou não tem faculdade tanto faz, o resultado prático dos esforços dos empregados é que conta.
Newel conclui sua explicação de como a companhia funciona dizendo que o melhor desse tipo de abordagem, sem títulos, com liberdade, é que os problemas podem ser tratados de forma individual. Um exemplo dado por ele nesse caso é de funcionários que precisam se afastar da companhia por algum tempo por motivos pessoais. A Valve faz alguma espécie de arranjo para que isso aconteça sem que o funcionário perca seu emprego, algo que não é tão comum assim no mercado.
A entrevista completa pode ser lida no próprio site do Washington Post em inglês. Para quem tem um bom domínio do idioma e quer aprender sobre uma das empresas mais importantes do mundo dos games na atualidade, é uma leitura mais do que recomendada.
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