O que esperar de um jogo PS2 Classics disponibilizado para o PlayStation 4? Aliás, a pergunta aqui vai um pouco além: o que esperar de um jogo de PS2 disponibilizado para PS4, e que há cerca de seis anos ganhou uma versão remasterizada para a sétima geração?
Resident Evil CODE: Veronica X, é provavelmente o último RE da era clássica da franquia, com foco total no terror de sobrevivência, gerenciamento de itens, backtracking e resolução de puzzles. Lançado originalmente para Dreamcast em 2000, o jogo aportou também no PlayStation 2 e Nintendo GameCube algum tempo depois.
Ele é uma continuação direta de Resident Evil 2, lançado em 1998 para PlayStation 1, e RECV era para ser o verdadeiro Resident Evil 3, mas devido ao sucesso dos dois primeiros jogos no console da Sony, a Capcom decidiu fechar uma trilogia no console original de Resident Evil, e RECV perdeu o “3”, mas nem por isso deixa de ser importante na história da franquia.
Na história, controlamos Claire Redfield, que segue a busca por seu irmão Chris, enquanto causa problemas para a Umbrella. Somos jogados no seio de uma das famílias fundadoras da Umbrella, os Ashfords, e com uma mistura de elementos Hichcockianos, terror de sobrevivência de raiz e diversas revira-voltas, temos aqui, um dos melhores jogos da franquia, tanto em gameplay quanto em história. Na trama ainda passamos pelo controle de Chris Redfield, e temos diversos momentos que entram para a galeria de melhores de toda a história de RE, como o embate entre Alexia e Wesker, e também a luta mão-a-mão entre Chris e Wesker.
Estou aqui comentando aspectos gerais do jogo justamente porque a versão de PS4 não traz nada de novo em relação à versão da sexta geração. Inclusive, há de se dizer que a versão lançada para PS3 e Xbox 360 em 2011, apresenta visuais mais atrativos que a versão disponibilizada para PS4. Também pudera: bem ou mal, na versão da sétima geração houve um trabalho de remasterização gráfico em diversos aspectosdo jogo, especialmente no ingame.
No PS4, jogamos exatamente a mesma versão lançada para PS2, inclusive com o frame do jogo não ocupando todo o espaço da tela das televisões atuais. As cutscenes, são de longe o pior aspecto do jogo, ficando com aparência de serem mais datadas do que os próprios gráficos ingame, algo que já acontecia na versão remasterizada da sétima geração.
Apesar disso, RECVX é uma óde aos tempos de ouro de Resident Evil, e é o último jogo desta época. Embora tenha havido o fantástico Resident Evil Remake (relançado como HD Remaster na sétima e outava gerações em um trabalho primoroso), após RECVX a franquia iniciou caminhos que mudariam para sempre Resident Evil, com inovações que levaram ao lançamento de jogos como Resident Evil 4 – um marco na franquia e na indústria dos games, mas que foge do estilo original da saga e iniciou uma importante divisão entre os fãs de RE.
Se você sente saudades dessa época, jogar RECVX no seu PS4 é uma boa pedida. Se você não conhece este jogo e gosta de desafios elevados e uma boa quantidade de mistérios, backtracking e puzzles, RECVX também é uma boa pedida.
Pedida melhor ainda, é esperar algumas semanas parao preço do jogo baixar, afinal de contas, R$45 não é um preço muito atrativo, especialmente para um jogo que tem versões melhores disponibilizadas na sétima geração e que podem custar menos de 1/4 deste valor.
Este jogo foi analisado no PlayStation 4 com cópia cedida pela Capcom-Unity Brasil.
Resumo para os preguiçosos
Uma óde aos tempos de ouro da série e do terror de sobrevivência, Resident Evil CODE: Veronica X é um dos grandes jogos de sua época, mas a versão disponibilizada através do PS2 Classics se mostra datada e inferior à remasterização lançada em 2011 para os consoles da sétima geração.
Ainda assim, para fãs da franquia, do terror de sobrevivência, de jogos com um alto indíce de desafio e backtracking e para quem nunca experimentou este jogo, vale a pena a aquisição, já que estamos falando de um dos melhores jogos da franquia RE.
E vai valer mais a pena ainda adquirir o jogo daqui algumas semanas, quando o preço de R$45 cair, uma vez que é possível desfrutar nos consoles da sétima geração de uma versão melhor do que esta e que pode custar menos de 1/4 deste valor.
Prós
- Reviver um dos maiores clássicos da franquia
- História envolvente, cheia de mistérios e reviravoltas
- A volta triunfal de Albert Wesker
- Momentos e batalhas épicos
- Único jogo em que os irmãos Redfield se encontram
Contras
- Versão inferior à lançada em 2011 para a sétima geração
- Jogo não é convidativo para quem não conhece a franquia – em especial a era do “controle tanque”
- Backtracking em excesso que pode ser cansativo