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Entenda o final de A Cura

O filme A Cura, dirigido por Gore Verbinski e recém-chegado ao catálogo da Netflix, volta a chamar atenção do público com sua mistura perturbadora de suspense psicológico, terror gótico e ficção científica. Lançado originalmente em 2016, o longa acompanha a jornada de Lockhart, um jovem executivo de Wall Street, enviado aos Alpes Suíços para resgatar seu chefe desaparecido em um misterioso spa. No entanto, o que parecia uma missão simples se transforma em um pesadelo crescente.

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À medida que o protagonista se vê preso como paciente na estranha instituição, o roteiro mergulha em delírios visuais, segredos macabros e revelações bizarras. O final do filme, recheado de simbolismos e reviravoltas grotescas, expõe as verdadeiras intenções por trás do chamado “tratamento”.

O segredo sombrio do Dr. Volmer

A revelação mais impactante ocorre nos momentos finais do longa, quando Lockhart descobre que o responsável pelo spa, o enigmático Dr. Heinreich Volmer, é na verdade um barão suíço que deveria estar morto há mais de 200 anos. Conhecido por seus experimentos proibidos, o barão sobreviveu ao tempo graças a uma poção criada a partir de métodos nada convencionais envolvendo os próprios pacientes do instituto.

Na época, o barão teria mantido uma relação incestuosa com sua irmã, que sofria de infertilidade. Em busca de uma cura, ele iniciou experimentos que resultaram em um tratamento capaz de prolongar a vida, mas que custava caro às vítimas. Após uma revolta dos moradores da vila, o castelo foi incendiado, e ambos supostamente morreram. No entanto, Volmer sobreviveu e continuou seus planos em segredo, agora sob a fachada de um centro de bem-estar.

Hannah, a filha que nasceu da tragédia

A jovem Hannah, apresentada como uma paciente misteriosa do spa, é, na verdade, filha do próprio Volmer com sua irmã. Nascida no momento do ataque ao castelo, ela também apresenta um envelhecimento extremamente lento, causado pela mesma substância usada pelo pai. Criada isoladamente e sem conhecimento de sua verdadeira origem, Hannah se torna peça central no plano sombrio do médico.

Volmer a mantém sob doses controladas do elixir da juventude, esperando que seu corpo amadureça lentamente para então dar continuidade ao projeto de uma nova “raça pura”. A ideia do barão é retomar os planos interrompidos séculos antes e gerar descendentes geneticamente superiores, em um delírio eugênico de controle genético.

O papel dos pacientes e o ciclo macabro dos “vitaminas”

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A fachada do spa de luxo serve a um propósito sinistro. A “cura” oferecida aos ricos executivos, na verdade, consiste em extrair deles uma substância vital, produzida após serem alimentados com uma água contaminada retirada de uma nascente subterrânea. Essa mesma água é o habitat de uma espécie rara de enguias, que vivem por centenas de anos graças aos minerais presentes no local.

Volmer descobriu que, ao forçar humanos a ingerir essas enguias vivas, era possível extrair um líquido concentrado que, processado em seu laboratório secreto, se tornava um elixir da juventude. Para disfarçar os efeitos colaterais nos pacientes, que sofrem desidratação extrema e declínio mental, os registros médicos são manipulados e qualquer sinal de falência física é tratado como parte do “processo de purificação”.

As enguias e o simbolismo do horror

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As enguias não são apenas elementos visuais para chocar. Elas simbolizam o parasitismo por trás de todo o funcionamento do instituto. Desde cenas em que surgem em banheiras até alucinações vividas por Lockhart, esses animais reforçam a ideia de que há algo profundamente errado com aquele lugar.

Elas são parte essencial do ciclo artificial que Volmer criou para sustentar sua própria imortalidade. Em seu laboratório, escondido nas cavernas da montanha, o médico realiza dissecações e coleta secreções para manter sua aparência jovem e controlar o envelhecimento de Hannah. O uso desses animais reforça o aspecto grotesco e quase lovecraftiano do universo criado no filme.

Lockhart enfrenta a verdade e decide reagir

Ao descobrir todos esses horrores, Lockhart tenta escapar, mas é confrontado por Volmer em uma sequência de clímax que envolve uma cerimônia forçada de casamento e uma tentativa de abuso contra Hannah. Nesse momento, o jovem confronta o médico, coloca um fim em seu reinado de terror e resgata a garota. Juntos, os dois fogem da instituição, finalmente rompendo o ciclo de mentiras e manipulação.

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O final, embora simbólico e carregado de ambiguidades, sugere um recomeço. Lockhart, agora transformado pelas experiências vividas, deixa para trás o mundo corporativo e suas ilusões. Hannah, por sua vez, tem a chance de viver livre do controle do pai pela primeira vez.

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