Fala, galera, tudo bom com vocês? Eu disse que voltava ontem com os acertos da Nintendo, mas acabou não dando tempo, então hoje nós vamos falar sobre provavelmente a companhia mais famosa do mundo dos games. Todo mundo já ouviu falar da Nintendo e, numa carreira com tantos acertos, fica difícil escolher só cinco, mas vamos tentar, já que é para isso que estamos aqui. Estão prontos?
Lembrando que os itens não estão numa ordem de grandeza e sim na que eu quis.
Mario 64
A Nintendo precisava correr atrás do prejuízo devido a uma parceria que deu errado com a Sony e que acabou fazendo nascer um console que iria tirar o sono dos executivos da companhia por anos. Para isso, a Nintendo apostou num console de 64 bit, “pulando” uma geração, já que naquela época os consoles eram contados pelo número de bits que tinham. O Nintendo 64 foi apresentado como um console com o foco em jogos tridimensionais, e que melhor forma de mostrar isso do que com o mascote da companhia?
Mario 64 ainda hoje é um dos melhores jogos de plataforma em três dimensões já feitos. O jogo tem basicamente tudo o que um jogo do gênero precisa. A capacidade da Nintendo em adaptar o jogo para esse novo esquema foi fundamental, e acabou gerando um segundo gênero de Mario, já que hoje em dia temos Marios com esquema de controle bidimensional e tridimensional.
Várias outras companhias tentaram copiar o que a Nintendo fez na sequência, e várias falharam, como a SEGA por exemplo, que levou anos e mais anos para produzir um Sonic 3D que valesse a pena.
NES
A Nintendo decidiu lançar o NES em 1985, um ano após a grande crise do mercado de videogames. Para fugir do estigma de ser um videogame (algo que várias redes de varejo não queriam comercializar no momento pois tinham sinônimo de prejuízo), a companhia preferiu chamá-lo de Nintendo Entertainment System, apesar dele ser um console. Além disso, para garantir que o console não sofresse do mesmo mal que havia afetado a indústria até então, algumas exigências foram feitas, como todos os jogos lançados para o console terem que passar pela publicação da Nintendo, a exigência de exclusividade dos títulos e muitas outras.
O resultado foi a recuperação do mercado de games nos EUA e no resto do mundo, e a volta da credibilidade da indústria. Muitas franquias que ainda existem hoje nasceram no NES, como Final Fantasy, Mario, Zelda etc. Não fosse ele, nós provavelmente não teríamos nenhum dos consoles que temos em casa hoje em dia, já que foi por causa da Nintendo que um mercado desacreditado voltou a ser tido como promissor.
Wii Mote
A Nintendo tinha planos de lançar um joystick controlado por movimento já em 2001 e essa ideia foi sendo desenvolvida guardada sob 7 chaves dentro da companhia. Após isso, uma companhia apresentou seu projeto de um controle com sensor de movimento que deixou a Nintendo tão interessada que eles acabaram comprando a ideia e implementando ela no Wii.
Sabe a ironia disso? Essa ideia havia sido apresentada para a Sony e para a Microsoft antes da Nintendo, e rejeitada por ambas. Tom Quinn, inventor do periférico, disse que havia apresentado inicialmente a tecnologia a Steve Balmer, então presidente da Microsoft, e ele havia amado a ideia, mas a reunião com o time do Xbox deu tão errado que ele nunca mais voltou a falar com eles.
A reunião com a Sony foi mais estranha ainda. Quinn teve um encontro com Ken Kutaragi, o pai do PlayStation. Ele ficou de olhos fechados durante toda a reunião e perguntou no fim se ele conseguia produzir o controle por 50 centavos. Obviamente a resposta foi não. Aí então, Quinn entrou em contato com a Nintendo e o resto foi história.
Shigeru Miyamoto
A contratação de Shigeru Miyamoto foi a contratação que mudou completamente a história da Nintendo. Ela foi feita pouco antes da companhia começar a abandonar o negócio de cartas (o qual era o ganha pão dela desde quando foi fundada, no final do século XIX) porque Miyamoto era filho de um amigo do presidente da companhia, Hiroshi Yamauchi.
Miyamoto decidiu entrar para a Nintendo por achar interessante a variedade de produtos que a companhia produzia e porque ele “poderia fazer o que quisesse lá”. Imagino que ele não fazia ideia do quão verdade seria essa frase quase 30 anos depois.
Mario, Zelda, Link, Samus, Yoshi, Donkey Kong, Pikmin e muitos outros personagens criados por ele que o digam.
Game Boy
Está vendo essa porrada de portáteis acima? Não fosse a Nintendo ter entrado no mercado de portáteis com o Game Boy, nenhum deles estaria aqui. Desde aquele momento até hoje, a Nintendo entende muito bem o que uma pessoa quer de um portátil: jogos únicos, tempo de bateria relativamente grande e motivos para comprar o portátil, além de um preço em conta.
Com essa mesma fórmula, ela vem vencendo a concorrência há quase 30 anos, mesmo tendo enfrentado adversários mais potentes (como o Game Gear, o Nomad ou o PSP/PS Vita) ou mais “portáteis” como os celulares hoje em dia.
Se eu tenho uma certeza é de que a Nintendo vai continuar por um bom tempo ainda como a referência no mercado portátil. Por mais que os jogos de celular continuem vendendo como água, ainda falta aquele salto de qualidade que só um jogo de portátil ou de console tem, além da conveniência que os botões trazem.
—
Que outros destaques da história da Nintendo vocês poderiam citar? Amanhã eu volto com os acertos da Microsoft.