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Assassin’s Creed II – Review

[Como parte da programação usual de fim de ano do site, nós costumamos fazer reviews de jogos antigos após o grosso dos lançamentos atuais ser avaliados. Seguindo minha missão de jogar a franquia Assassin’s Creed por completo, seguem as minhas impressões sobre o segundo capítulo da série]

Em 2007, a Ubisoft lançou uma nova franquia no mundo, Assassin’s Creed. Ela era bastante ousada e contava uma história de uma guerra travada há milênios entre templários e assassinos. Apesar dos gigantescos e evidentes problemas, o jogo vendeu pra caramba, e acabou tornando-se o principal produto da companhia e uma continuação era mais do que garantida. Felizmente, desta vez a Ubisoft acertou em cheio e mostrou todo o potencial que o jogo tinha.

O jogo ainda tem como protagonista de fato Desmond Miles, o cara que havia sido sequestrado no primeiro jogo e forçado a reviver as memórias dos antepassados. No fim do primeiro jogo, Miles nota que ele havia absorvido a habilidade Eagle Vision de Altair e agora deve reviver as memórias de outro antepassado, Ezio Auditore, para absorver suas habilidades e, de quebra, encontrar o paradeiro de outra peça do Eden.

O jogo faz você viver diversos anos da vida de Ezio, desde antes dele tornar-se um Assassino, até o fim de sua vingança contra todos os assassinos de seu pai e seus irmãos. É interessante que a história da organização dos assassinos dá uma boa mudada em relação à organização de Assassin’s Creed. Não há um senso de organização, de fato, você só conhece os assassinos mais pra frente do jogo e, quando se dá conta, já faz parte deles.

https://www.youtube.com/watch?v=mVWhWsgHzKM

Nessa nova estrutura, o jogo apresenta uma tonelada de novidades em relação ao anterior. A quantidade de missões diversas aumentou bastante e agora você tem muito mais o que fazer nas cidades entre um assassinato e outro, como socar pedestres, roubar pessoas, missões de assassinato paralelas e afins. É realmente uma cacetada de novidades e bastante conteúdo para você se ocupar.

Outra novidade interessante no jogo é que a base de operações é uma cidade completa que deve ser reformada por Ezio. Você vai adicionando prédios novos a Monteriggioni e recebendo os dividendos disso, ganhando dinheiro para investir nas propriedades ou comprando itens para Ezio, como novas armas, armaduras, etc (que também são uma novidade, já que em Assassin’s Creed você tinha apenas os equipamentos iniciais e não podia comprar novos, eles iam sendo melhorados após cada missão).

A variedade das missões também aumentou bastante, apesar de concentrar-se basicamente em assassinatos. Felizmente, outra adição muito bem vinda são melhorias no sistema de parkour. Agora Ezio consegue subir os prédios com mais agilidade e não tranca tanto em cantos ou pula para lugares errados como Altair volta e meia fazia.

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No geral, Assassin’s Creed II apresenta uma série de melhoras no quesito de jogabilidade e variabilidade de oferecimento do conteúdo, porém, tem uma história inferior ao primeiro jogo, e eu não sei explicar exatamente porque. Talvez, seja por causa de Ezio mesmo. Eu não sei vocês, mas a dublagem dele realmente me dá nos nervos, o sotaque de inglês dele é terrível e ele parece ser um italiano caricato demais pra ser real. Para vocês terem uma ideia do que eu quero dizer, dá pra fazer uma projeção, caso ele fosse mexicano, eu não duvido que Ezio (que provavelmente se chamaria Carlos) falaria “Arriba!” toda hora.

A história em si também não é tão boa assim quanto a do primeiro jogo, talvez por causa da falta de um grande acontecimento histórico rodeando o jogo. Você vive na Itália da renascença e viaja entre as mais diversas cidades estados da península para fazer as missões e pouca coisa por fora acontece. Ezio vai cumprindo sua vingança e bam, ele vira um Assassino e o jogo acaba. Ficou faltando um pouco da história interna do grupo e no fim a impressão que dá é que o jogo poderia ter ganho outro nome e as pessoas mal lembrariam que esse jogo faz parte da franquia Assassin’s Creed por essa falta de menção.

O jogo ainda tem duas memórias que foram lançadas após o lançamento do game e que foram entregues gratuitamente via DLC que acabam tornando-se parte integrante e obrigatória do jogo caso você queira termina-lo hoje. Infelizmente, são duas memórias pouco inspiradas e com um excesso de repetições, colocando mais duas horas meio sem graças no fim do jogo e sendo mais um obstáculo pro fim do que diversão de fato.

Vale ainda ressaltar que, sinceramente, eu achei as partes fora do Animus um saco e o final do jogo totalmente desnecessário. Parece que eles não haviam pensado no que usar pra justificar toda essa guerra entre templários e assassinos e botaram a história mais idiota possível. Se fosse apenas um jogo de reconstrução história contando a guerra entre as duas facções, ninguém realmente sentiria falta do Animus e muito menos de Desmond.

Graficamente, Assassin’s Creed II apresenta melhorias em relação ao anterior. O número de personagens na tela aumentou drasticamente, assim como o tamanho das cidades e dos monumentos que você explora. Não há slowdowns ou texturas que realmente cheguem a ser feias mesmo cinco anos após o lançamento do jogo. A trilha sonora do jogo também é boa e finalmente há legendas no jogo. Apesar do idioma português não ser contemplado nas opções, já é um grande alívio poder ler o que o Ezio está falando sem precisar ter que prestar tanta atenção no sotaque macarrônico dele.

Review elaborado usando a versão de Xbox 360 do jogo. Cópia comprada pelo Critical Hits

Resumo para os preguiçosos

Assassin’s Creed II é tudo o que Assassin’s Creed deveria ter sido em jogabilidade e variação do conteúdo. A história do jogo não é tão boa quanto a do seu antecessor e o personagem principal também não, talvez pela falta de algum grande acontecimento histórico no qual o jogo seja construído, mas pelo menos finalmente dá pra ver o que a Ubisoft tinha em mente quando concebeu a franquia Assassin’s Creed. Um jogo que ainda vale a pena ser jogado.

Nota final

85
Saiba mais sobre os nossos métodos de avaliação lendo o nosso Guia de Reviews.

Prós

  • Melhoras gigantescas na jogabilidade em relação ao antecessor
  • Gráficos melhorados com amplas cidades para explorar
  • Grande variabilidade de missões

Contras

  • História inferior ao antecessor
  • Ezio não é lá tão carismático assim
Eric Arraché
Eric Arrachéhttp://criticalhits.com.br
Eric Arraché Gonçalves é o Fundador e Editor do Critical Hits. Desde pequeno sempre quis trabalhar numa revista sobre videogames. Conforme o tempo foi passando, resolveu atualizar esse sonho para um website e, após vencer alguns medos interiores, finalmente correu atrás do sonho.